sexta-feira, 1 de março de 2013

Rainha Hortência, Icone do basquetebol feminino brasileiro


Em Jogos Pan-Americanos, Hortência contabiliza três medalhas. A primeira foi um bronze em 1983, na edição de Caracas. Quatro anos depois, em Indianópolis, o Brasil ficou com o vice-campeonato, levando a prata para casa.
Hortência de Fátima Marcari nasceu em 23 de setembro de 1959, no município de Potirendaba, próximo a São José do Rio Preto, no estado de São Paulo. Considerada uma das maiores jogadoras do basquete brasileiro, a ala ganhou o apelido de Rainha devido às suas magistrais apresentações. Entre as homenagens já conquistadas, recebeu, no ano de 2002, o convite para integrar o Hall da Fama do basquetebol feminino no Naismith Memorial Basketball. Anos mais tarde, a estrela também entrou no Hall da Fama da FIBA (Federação Internacional de Basquete), em Madri, na Espanha.

Com apenas nove anos, Hortência deixou sua cidade de origem e foi morar em Santo André, onde começou a praticar diversas modalidades esportivas. Aos 14, foi chamada para jogar basquete pelo time do Colégio Santa Maria, em São Caetano do Sul, mas desistiu depois de uma semana por não ter condições de pagar as despesas dos treinos.

Graças ao programa Adote um Atleta, da Secretária Municipal de Esportes de São Paulo, a jogadora pôde voltar a treinar e conseguiu seguir, com sucesso, sua promissora carreira. Ao longo de sua trajetória, a ala atuou em grandes clubes do estado de São Paulo, faturando importantes títulos.
Entretanto, foi com a camisa da Seleção Brasileira de Basquete que Hortência se transformou em uma lenda da modalidade. A atleta é a maior cestinha da história da equipe verde-amarela, com 3.160 pontos em 127 partidas oficiais, possuindo uma média de 24,8 tentos por duelo.
Esse bom desempenho de Hortência rendeu diversas conquistas à equipe feminina da Seleção Brasileira de Basquete.  Ao lado de outras atletas talentosas, a ala faturou os títulos mais importantes da modalidade.
Enfim, em 1991, chegou o tão sonhado ouro. Em Havana, com Janeth e ‘Magic’ Paula como companheiras, Hortência ajudou a Seleção vencer os seis jogos e faturar o título pan-americano. Durante a campanha, o Brasil venceu a poderosa equipe dos Estados Unidos por 87 a 84, logo na estreia.
A grande final foi disputada contra Cuba, dona da casa. Apesar da pressão da torcida rival, o time verde-amarelo mostrou a calma de uma equipe vencedora. Com uma atuação impecável, o Brasil derrotou as cubanas por 97 a 76, e Hortência conquistou o seu primeiro título de grande expressão pela Seleção.
“Foi lá, em 1991, que a gente percebeu que tinha crescido coletivamente, que podíamos ganhar de grandes equipes, que poderíamos disputar títulos. Lá, percebemos o crescimento, a maturidade da Seleção. Leva muito tempo para conseguir experiência. A gente apanhou muito para chegar ali, naquela medalha de ouro”, comentou Hortência sobre a importância do título do Pan-Americano de Havana.
Porém, o melhor estava por vir. Em 1994, o basquete feminino brasileiro chegou ao topo. No Campeonato Mundial, realizado na Austrália, a Seleção levou a inédita medalha de ouro, principal conquista da modalidade na história. Sob o comando do técnico Miguel Ângelo da Luz, Hortência formou um forte do time com Paula, Janeth e Helen Luz.
Após uma boa campanha na primeira fase, o Brasil encarou os Estados Unidos nas semifinais do torneio. A partida foi marcada pelo equilíbrio e pela emoção do começo ao fim. Entretanto, com Hortência inspirada, a Seleção passou pelas americanas por 110 a 107 e garantiu vaga na decisão.
A grande final foi diante da China, e o Brasil levou a melhor. Com um ótimo desempenho, as meninas comandadas por Miguel Ângelo da Luz venceram as asiáticas por 96 a 87, foram campeãs e conquistaram a medalha dourada. Hortência terminou a competição com 221 pontos em oito jogos e foi escolhida para Seleção dos Sonhos do Mundial de 1994.
Sobre o importante título, a Rainha do Basquete destacou a semifinal contra a equipe norte-americana, quando Hortência brilhou em quadra, marcando 32 pontos.
“Ia chegar a hora em que teríamos que jogar contra elas, era inevitável. Melhor que tenha sido na semifinal. Não sei se o encontro acontece somente na final se o resultado teria sido o mesmo. Mas quebramos aquela regra de só dar elas ou a Rússia e levamos o título inesquecível para o nosso país”, relembrou a ícone.
Após o Mundial, a ala deixou o basquete, mas não resistiu à paixão e voltou em 1996 para disputar as Olimpíadas de Atlanta, na qual o Brasil conquistou a medalha de prata, fato inédito do basquete nacional.
Na ocasião, a Seleção chegou invicta à grande decisão, com seis vitórias. Na partida, as norte-americanas vingaram a derrota na final de dois anos antes, venceram por 111 a 87 e ficaram o ouro.
Os Jogos de Atlanta foram a última competição de Hortência pelo Brasil. Atualmente, a eterna Rainha é a diretora de seleções femininas da CBB, a Confederação Brasileira de Basketball, mostrando que o seu amor pela modalidade segue mais vivo do que nunca.
Fonte: http://euvivoaselecao.com.br/esportes/basquete/joias-do-brasil/hortencia-a-rainha-do-basquete-do-brasil--31

Um comentário:

le@ndr@ disse...

historia perfeita kkk